Solucionado
Ponte volta a ser içada no canal São Gonçalo
Após troca de motores e da parte elétrica, vão móvel funciona normalmente
Paulo Rossi -
A estrutura móvel da ponte férrea sobre o canal São Gonçalo, em Pelotas, voltou a funcionar. Com problemas na operação e reclamações há anos, a empresa concessionária da ferrovia, Rumo Logística, fez reparos na estrutura no mês de janeiro. Com a troca de equipamentos de automação e restauro da parte elétrica, o vão móvel voltou a operar na última quarta-feira, após um período de testes. As embarcações agora podem solicitar o levantamento ao passar no local.
Foi em 2018 que o problema se intensificou e a situação foi parar na justiça. A partir de reclamações do Clube de Veleiros Saldanha da Gama, o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação na Justiça Federal pedindo a manutenção da estrutura, o que começou a ser feito somente em janeiro deste ano. Uma carta enviada pela empresa Rumo ao clube na metade do mês passado deu detalhes da intervenção.
“Fizemos a troca de motores, a parte elétrica e a automação. Desde o dia 22 pedimos à Capitania dos Portos para testes e o serviço”, explica Marcelo Souza Luz, responsável pela ação. As trocas, complementou, deram mais modernidade à operação de içamento. Conforme Marcelo, os motores eram muito antigos e os problemas eram recorrentes.
Cobrados pela justiça, os próximos passos devem ser de investimento na estrutura de alimentação elétrica da ponte. O que antes era um trabalho manual, comenta, hoje conta com programação e mais tecnologia.
Navegação estava restrita
Gerente do Clube de Veleiros Saldanha da Gama, Gladimir Amaral diz que a volta das operações na ponte representa um alívio a todos os navegadores, seja por lazer ou para trabalho - caso dos pescadores. “Sempre era aquele problema, aconteceu com muitos casos da pessoa atravessar e na volta não estar mais funcionando, ficava preso do outro lado sem ter como voltar”, lembra.
Ele conta que os problemas são anteriores a 2018 e vêm de muitos anos. Quando o nível do canal está mais alto, nem mesmo lanchas conseguem atravessar pelo espaço que fica entre os trilhos e a lâmina da água.
“Todo mecanismo era basicamente de quando construíram a ponte. Já estava bem defasado, antigo, que agora está modernizado. A partir de hoje (dia 6), qualquer embarcação pode passar que está liberado”, garante Marcelo, representante da empresa.
Devido ao problema, comenta Gladimir, muitos navegadores abandonaram a rota que liga à Lagoa Mirim e a grande extensão do canal São Gonçalo. “Até mesmo pescadores estavam prejudicados de pescar na Mirim e Santa Isabel, por exemplo”, cita. O problema também afetava o turismo, com muitos visitantes que queriam conhecer o manancial de água da região e eram impedidos de atravessar no local.
Reparos contínuos
Quem também lutou pelo reparo foi Mauro Martinelli, também integrante do Veleiros, que procurou até a Justiça para desemperrar o caso. “Depois de tantos anos de luta pela recuperação da ponte ferroviária e pelo livre trânsito pelas águas, que sempre foi uma incerteza, está sendo feito o reparo”, destaca o navegador. O principal problema, indica, foram os muitos anos de funcionamento sem manutenção preventiva, o que gerou o colapso na estrutura. O pedido agora é pela continuidade da preservação e suporte para que a ponte não impeça o destino de quem navega no canal.
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